Considerações Teológicas

Ai vão algumas reflexões no âmbito da teologia, a ciência que estuda as religiões, para quem estiver interessado.
Reforço que nestas questões tão difíceis é fácil haver enganos, mal entendidos, e que estes tendem a perpetuar-se às vezes por séculos ou milénios, e que, por isso, para além de ser essencial refletir por si mesmo em quase cada detalhe, gostaria que me desculpassem a pretensão.
Parte destes mitos, na verdade, devem-se a más interpretações das metáforas inicialmente feitas para ensinar o próximo: é a dupla face deste recurso estilístico, que, ao mesmo tempo que dá a entender de forma subtil a mensagem que é para ser passada, afim de uma compreensão mais ampla, pode também enganar e suscitar mal entendidos
Espero que tudo isto seja útil
- Existe vida, natureza, e esta é em si um milagre, uma força tremenda, alegria; já Deus como imagem é uma criação do Homem: alma vem de anima, aquilo que dá vida. E o importante é perceber o mistério que é aquilo que anima a alma. Uma coincidência, aleatoriedade do cosmos? Ou mais que isso?
- Os símbolos divinos não significam necessariamente que exista Deus, significa sim que o homem manipulou a natureza de tal forma que agora se vale dela para fazer o que bem lhe apetece. No entanto, face ao caos que este mundo dos homens se apresenta, quem poderá dizer que estes símbolos não são necessários?
- A meritocracia de Deus, a meu ver, bem como os castigos divinos não parecem existir. Muitos que merecem viver morrem, bem como muitos que merecem morrer vivem. A natureza não distingue corações bons e corações maus, quem distingue são os homens, quem julga são os homens, para bem e para mal
- Não existe progresso de alma, quanto muito poderíamos falar em salvação desta mesma, quando esta escapa aos muitos perigos desta vida. Existem sim pessoas diferentes, almas diferentes, como aliás são todas, umas mais distintas que outras.
- Se os animais são mais evoluídos que nós ou não é um mistério. Se a mente humana, por isso, é benéfica ou não também não sabemos. Ambas perspetivas contem pontos fortes
Por um lado podemos nós ser senhores do mundo, mais evoluídos, criadores, uma seta apontada a Deus e a uma infinidade de possibilidades, por outro a nossa espécie pode estar em desenvolvimento, podemos ser nós que temos de aprender (ou ambos). Nesse âmbito, e para clarificar, não deixa de ser curioso ver que os animaizinhos que nos rodeiam não caem em muitas das nossas asneiras, se regem por uma determinada ordem, não tem perigo de autodestruição, e nos parecem indicar, eles mesmos, pelo seu design e características, traços da humanidade no seu dia-a-dia.
- É curioso ver, de alguma forma, e para finalizar, como sempre é feita alguma "justiça poética" a cada dia que passa e na vida dos seres-humanos; ver como no silêncio há algo que se desenrola, há alguma força que trabalha. Apesar do Caos possível as grandes catástrofes são sempre evitadas e o mundo parece sempre tender para a ordem. Talvez a isto podemos também designar de Deus, e talvez a divindade aja de forma ativa neste mundo mais do que dar vida, talvez isto seja a ordem versus o caos, ordem essa que ao final vai sempre tendo mais força, mais poder