Matei o Cansaço

( Avec cher ami Francisco)
Sinto o vento a bater-me na cara,
Coisas simples que um Homem não repara
Ah, como é bom sair do reboliço
E perder-me no mar maciço
Cansei o corpo,
Cansei a alma,
Agora descanso,
Como um Homem manso
Muitos se encerram em suas casas e cidades,
Quando ali perto,
Outras tantas liberdades
Por eles anseiam
Paraísos perdidos
Flores, relva, areia e sargaço
Catapulta para a serenidade
Aqui eu matei o cansaço
E tu, amigo,
Tu que tanto pensas
Não vês que à tua volta,
Há explosões imensas
De cor, de vida, de alegria
Se tu não existisses…
Tudo isto existiria
De que te queixas, de que nos queixamos
Alguma vez tu e eu paramos?
Ensina o buda a parar
Entrar no presente
Estado de bêbado
Sem beber aguardente
Estado sim de borracheira
De facto na verdade
Sem tocar no vinho da madeira
Ai meu caro,
Subiremos
Tu e eu,
Esta ladeira
Que dá para uma porta
A porta da vida verdadeira?