Navegar, Navegar

05-05-2020


Não, não se trata de ser poeta, de gostar disso a que intelectuais chamaram arte, não se trata de ser escritor, um grande pensador, ter grandes publicações e livros, isso são ideias, ou de encontrar um lugar no mundo, há quem o faça, mas fá-lo pela mesma razão que os intelectuais ainda hoje discutem arte, para se enganarem e viverem num engano, 

Trata-se de sermos felizes, de nos libertarmos, de juntos construirmos um mundo bem melhor, bem distinto deste competitivo, sujo, corrupto, etc, 

e não se trata de sonhar sonhos patetas, ser inconclusivo, viver na esfera das ideias, ser teórico, como tantos tendem a rotular quem sai um pouco da caixa 

Trata-se de ser bem real, bem consciente, pedir mais para si, para o mundo e para os outros, em primeira análise ser descontente com o estado das coisas, não querer muda-las, ou querer, mas saber de sua impotência ao mesmo tempo que de sua tremenda importância em fazer diferente 

Trata-se de ainda poder recordar quem éramos e o quão contentes éramos com tão pouco, brincando, saltando, navegando ao sabor dos dias, do presente, das pequenas coisas como refeições, prendas, o vento e o sol 

Trata-se de ser novamente criança, de navegar connosco mesmos, 

 Trata-se de vencer o ego, completamente, e não viver em suas tantas elocubrações, elocubrações que fui citando ao longo deste texto:  A mente humana encontra várias maneiras de sobreviver, fruto da inconsciência, e cabe-nos a nós irmos desmascarando o que não é: 

Eu não escrevo para ser lido, não escrevo para ser intelectual, não escrevo para ser aceite e para ter um lugar no mundo, escrevo para ser livre, mas talvez também isso seja razão a mais, escrevo por razão nenhuma, escrevo porque escrever é minha natural natureza; e por final descobrimos que aquilo que nos separa da liberdade é acreditar termos-la perdido, pois só se trata de acreditar, realizar, bem fundo, que nos somos fortes, somos mais 

E agora que já foi dito de que se trata a expressão real, porque se escreve ou se pinta, ou se esculpe na realidade : 

 vamos lá ser livres? Vamos lá navegar? 

"Navegar, navegar, 

oh minha cana verde 

Mergulhar no (meu) corpo 

Entre 4 paredes



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