Oásis no deserto

Quanto mais penso, quanto mais leio, mais me parece que é quase tudo uma grande incógnita. Em tempos tive, creio eu, um espirito mais rápido e mais assertivo, quando era criança, quando era mais jovem, hoje sou mais fraco nesse sentido, duvido mais, e isso será bom ou mau?
Jiddu Krishnamurti, um educador do século passado muito conhecido, dizia que quando somos crianças somos mais puros, temos uma mente mais aberta, o que provavelmente nos faz ir mais longe e chegar a respostas que realmente valem a pena, a estados de ser digo eu e não tanto a conclusões intelectuais, mas eu não sei se de facto este surgir da duvida que vem com a idade, que é sinal muitas vezes da confusão e limite do intelecto, não pode ser benéfico (?)
Outra coisa que me questiono é se de facto nós pensamos pela nossa cabeça ou se somente repetimos o que outros dizem e nos deixamos levar pela autoridade das palavras de muitos? Para pensar pela própria cabeça é preciso estar vivo, ser rápido, ter força, ser firme, é preciso ser exímio, e isso tantas vezes não acontece. Eu muita das vezes, aquando de períodos de investigação e leitura acabo mais miserável do que comecei. Será por dar demasiado relevo às palavras de outros, será porque isso é o destino do intelecto, ser vazio de vida? será porque estou "viciado" e então por algum negativismo vou ter sempre aos mesmos resultados? Será porque não tenho abertura suficiente para ler e ouvir verdadeiramente aquilo que está a ser dito? Um pouco de todos esses penso, e talvez nenhum, mas que interessa?
Como veem, e como este texto reflete, sabemos muito pouco, mas cabe-nos, calculo, continuar a investigar, talvez seja por ai que possamos encontrar o fim do sofrimento, da confusão, da busca, creio que seja como dizem os hindus que há muitos tipos de caminhos para um tal de nirvana... Se este texto serviu de algo talvez seja para vos tranquilizar no caminho, para vos mostrar mais uma vez que estamos sozinhos na nossa investida, no sentido que essa só depende de nós, apesar de que estamos "amparados" uns pelos outros. Este texto serve como oásis no deserto, mas o deserto não terminou, nem sei se alguma vez terminará ou se por outro lado há deserto de todo, no sentido em que se calhar não há nada para encontrar... vale a busca! Para mim há deserto, mas também há, para lá dele, clareiras, florestas imensas, água, paz, cabe-nos a nós encontrar tudo isso.
Boa sorte!