Por outro caminho

Cá estou, escrevendo...
Escrevo fundamentalmente sobre algum aborrecimento e alguma apatia, que não são grande coisa, e que eu deveria aceitar, mas que mesmo assim causam alguma mossa.
A escrita, contudo, nestas coisas, desempenha um importante papel, pois eleva-me destas queixas; permite-me ficar bem, e isso é muito importante.
A propósito disso, estava ainda agora a ler o livro "Orgulho e Preconceito", que é um bom livro, mas que desta vez não me estava minimamente a dizer nada.
Apercebo-me, assim, que busco sempre grandes estímulos e vivências muito intensas, adrenalina, talvez fruto dos tempos em que vivemos, talvez fruto de estar mal habituado, e isso é coisa que não é boa.
Isto é altamente potenciado pelas redes sociais, que incitam a estímulos cada vez mais altos, a uma libertação acredito de dopamina, com sempre novas conversas, novos likes, e em que depois claro uma pessoa fica habituada a esse ritmo de vida altamente fibrilante. Quanto a mim digo-vos que talvez um dia consiga deixar as redes-sociais, e assim viver de outra maneira, como ainda há algumas pessoas que o fazem, mas hoje isso parece-me quase impossível.
Devido a isto que expliquei, nós vivemos a todo o momento para a sociedade, não há nada que façamos em que não pensemos se é publicável, e ainda que isso seja uma forma de viver, será que é isso que queremos para a nossa vida? Será que sabemos a liberdade que estamos a perder? O que acontece é que já não nos lembramos do que é viver de outra maneira, e então conscientes ou não cedemos a esta forma
Isto que eu estou a dizer aqui, apesar de ser reforçado por ser uma experiência direta e pessoal, já muitos o disseram, e a verdade é que nós ouvimos dizer que as redes sociais estão mal e que provocam toda uma série de maleitas, mas fica tudo igual, e não mudamos nada. Desta forma, acho que uma solução é mesmo arranjar atividades prazerosas, e pelo menos contrariar essa tendência para viver dependente. Viver de facto, fazer coisas por nós, que na verdade são bem mais prazerosas e realizadoras do que a frenética tendência para ir ver se há algo novo no instagram ou no facebook, ou publicar algo para nos verem. Não é preciso propriamente eliminar as redes, mas não nos permitirmos viver grande parte do nosso tempo para elas. Esta é hoje uma doença de milhões, e é preciso muita força para sair deste "matrix", mas é possível, e tem aí uma solução.
Quanto a vós não sei, mas eu pelo menos vou por esse caminho.